22/05/2015|

O diretor da etapa portuguesa da Volvo Ocean Race acredita que o sucesso do ‘stop over’ em Lisboa poderá ser um passo importante para que a capital portuguesa se estabeleça como sede da prova em 2020.

A sétima etapa da maior competição de vela oceânica do mundo, que marca o regresso da prova à Europa, ligará Newport, nos Estados Unidos, a Lisboa, numa distância de 2.800 milhas náuticas (5.185 quilómetros) e ditará o fim das etapas-maratona desta edição.

Em entrevista à agência Lusa, José Pedro Amaral, destacou que “o casamento entre a prova e Lisboa é perfeito”, pelo que a capital lusa poderá suceder à cidade espanhola de Alicante.

“É uma possibilidade, mas agora é tempo de organizar a prova de 2015 e, depois, começar a pensar no futuro. Chegámos à fase do silêncio e da negociação. Tudo se torna mais fácil quando tivermos na mesa das negociações um grande ‘stop over’ de 2015”, afirmou.

O líder da empresa que organiza a etapa portuguesa da competição realçou a ligação de proximidade da Volvo Ocean Race com Portugal, fazendo um paralelo com o “tempo dos Descobrimentos”.

“Quando olhamos para a rota da Volvo Ocean Race, vemos a história do nosso país no tempo dos Descobrimentos, vemos os marinheiros que andaram pelo mundo fora, por mares nunca antes navegados, como aprendemos a ouvir. Esta prova tem tudo para ser especial na cidade e no país. O Rio Tejo é único, um anfiteatro natural”, referiu.

De resto, José Pedro Amaral considera mesmo que a paragem de 14 dias na doca de Pedrouços, em Lisboa, entre 25 de maio e 07 de junho, tem tudo para ser “o maior e melhor ‘stop over'” da edição 2014/15, mostrando-se igualmente confiante numa afluência a rondar o meio milhão de pessoas, o dobro da registada em 2012.

Durante a paragem de 14 dias, a qual terá três regatas ‘pro-am’, e em paralelo com a competição, vão realizar-se cerca de 50 concertos, além de exposições e atividades subordinadas ao tema do mar, sendo ainda possível um contacto próximo com as equipas participantes.

“É um evento totalmente gratuito. O entusiasmo dos lisboetas já nos começa a entusiasmar também e esta prova tem tudo para estabelecer uma relação de grande mistura com Lisboa”, frisou.

O ‘stop over’ lisboeta vai marcar o regresso da embarcação dinamarquesa Vestas Wind à competição, depois de ter encalhado numa ilha deserta a norte do arquipélago da Maurícia, no decorrer da segunda etapa, que ligou a Cidade do Cabo, na África do Sul, a Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

“Foi uma desilusão, mas são coisas que acontecem. Agora estamos ansiosos por nos juntarmos novamente à regata, aqui em Lisboa, que é um dos nossos portos favoritos. Nesta fase final da prova queremos demonstrar o nosso potencial e retribuir todo o apoio que tivemos desde o acidente”, disse o velejador Rob Salthouse à agência Lusa.

As regatas de porto são disputadas em cada um dos pontos de paragem e a pontuação das mesmas só tem influência no resultado final em caso de empate. Em Lisboa, a regata de porto disputa-se a 06 de junho, um dia antes da partida para Lorient, em França.

Depois de uma paragem técnica em Haia, a 19 de junho, a frota ruma no dia seguinte ao porto sueco de Gotemburgo, onde deverá chegar a 27 de junho, ao cabo de nove meses de navegação.

MYO (NF/AO) // NFO

Lusa/Fim

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